Publicado dia 25 de março de 2025.

O uso de SUPLEMENTOS NUTRICIONAIS ORAIS (SNO) para idosos desnutridos ou em risco de desnutrição está indicado na presença de ingestão oral insuficiente e seu consumo deve ser monitorado e assegurado por supervisão e auxílio quando necessário.

A BRASPEN (2019) recomenda que o SNO para idosos desnutridos ou em risco de desnutrição forneça pelo menos 400 Kcal com até 30% de calorias oriundas de fontes proteicas (em torno de 30g de proteína ao dia ou 0,4g por Kg/refeição) continuado por um período mínimo de 35 dias. A adesão ao consumo do SNO, por longos períodos, depende do tipo de monitoramento, aceitabilidade, tolerância e eficácia nutricional, cabe ao profissional definir a melhor estratégia para manter ou suspender o SNO. Essa conduta deve ser decidida junto ao paciente/familiares/cuidadores.

O volume, apresentação do produto, sabor, consistência, densidade calórica, composição, frequência, fracionamento e horário da oferta do SNO irão depender do objetivo nutricional. SNO com maior densidade energética e menor volume são recomendados para pacientes idosos que apresentam restrição hídrica.

A adesão a ingestão do SNO pode ser avaliada através do recordatório de 24 horas ou registro alimentar. No ambiente hospitalar pode-se ter auxílio da equipe de enfermagem para observar e registrar a aceitação em prontuário e no ambiente domiciliar, a família e/ou cuidadores podem ajudar no acompanhamento dessa aceitação. 

A fim de ajudar na aceitação do SNO, os produtos oferecidos devem ser adaptados aos desejos e necessidades do idoso. Em particular, transtornos de deglutição podem requerer adaptação de textura. Considerando o risco da redução de aceitação após consumo por longo período, a aceitação deve ser regularmente avaliada e sempre que necessário, procurar modificar o sabor do SNO.

FONTE: Diretriz BRASPEN de Terapia Nutricional no Envelhecimento - Braspen, 2019.

Publicado dia 06 de março de 2025.

A DISBIOSE INTESTINAL é um desequilíbrio da microbiota intestinal, em que ocorre modificações na qualidade e quantidade da flora microbiana, bem como nas suas atividades e metabólitos produzidos.

As possíveis causas da disbiose intestinal nos idosos são decorrentes da má alimentação, estresse, disponibilidade de material fermentável, digestão lentificada, tempo de trânsito intestinal, alteração do pH intestinal, condição imunológica, uso indiscriminado de antibióticos, anti-inflamatórios, abuso de laxantes, consumo de alimentos industrializados e pobres em fibras alimentares, excessiva exposição às toxinas ambientais, presença de doenças crônicas, disfunções hepato-pancreáticas, doença diverticular e hipocloridria.

O uso de PROBIÓTICOS pode modular de forma benéfica a flora intestinal dos idosos contribuindo para: a redução da colonização de microrganismos patogênicos; reestruturação da microbiota após o uso de antibióticos; melhora da constipação intestinal e de alguns de tipos de diarreia; síntese de algumas vitaminas; auxílio na regulação do sistema imunológico, principalmente por influenciar no balanço das citocinas pró e anti-inflamatórias. Contudo, a recomendação deve ser feita de forma individualizada mesmo para idosos saudáveis, pois muitos estudos ainda são necessários para indicar, com segurança, seu uso rotineiro.

FONTE: Diretriz BRASPEN de Terapia Nutricional no Envelhecimento - Braspen, 2019.